Talvez você não saiba, mas o câncer de pulmão é um dos tipos de câncer mais comuns no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele. A estimativa do INCA (Instituto Nacional do Câncer) é que haja cerca de 30 mil novos casos diagnosticados todos os anos em nosso país.
Segundo o Instituto, os homens são os mais afetados: dos 30 mil, mais de 17 mil vítimas são homens. As mulheres são acometidas por mais de 12 mil casos.
Esses números podem assustar logo de cara, mas tenha em mente que o câncer de pulmão é um dos que melhor podemos, ativamente, nos protegermos, por meio de um hábito relativamente simples: não fumar.
O que causa o câncer de pulmão?
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão: em cerca de 85% dos casos diagnosticados, a doença está diretamente associada ao hábito de fumar ou consumir derivados de tabaco.
A dependência da nicotina (que é o tabagismo) é uma doença por si só e está associada a mais de 50 enfermidades, entre doenças do aparelho respiratório, doenças cardiovasculares e muitos tipos de câncer (não só de pulmão, mas também de laringe, esôfago, estômago, entre outros).
Falamos em tabaco e nicotina, e, como você deve saber, ambos estão presentes no cigarro, que é de longe, o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. Fumar não traz nada de bom para a saúde, e já deixou de ser “elegante” há décadas. Por isso a Anvisa e o Ministério da Saúde obrigam os fabricantes a colocarem advertências e imagens chocantes nos maços de cigarro. A ideia é desencorajar o consumo, nem que seja na marra.
A boa notícia é que o consumo de cigarro vem, de fato, diminuindo aos poucos: no Brasil, houve uma redução no uso do tabaco de 34,3% (em 1989) para 14,7% (em 2013). Porém, doenças relacionadas ao tabagismo ainda matam cerca de 200 mil pessoas por ano no país. E, o câncer de pulmão ainda é um dos mais fatais, sendo responsável por aproximadamente 25% de todas as mortes por câncer.
A culpa é só do cigarro?
Não, mas como vimos, ele pode ser associado à grande maioria dos casos. Além do cigarro, a exposição a certos agentes químicos (como arsênico, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho, também é um fator de risco.
Essas substâncias podem ser encontradas em diversas áreas, da fundição de metais à conservação de couro, passando pela indústria têxtil e de fertilizantes. Profissionais que atuam em contato com estes químicos devem sempre utilizar os EPIs (equipamentos de proteção individual) para garantirem sua segurança.
Além disso, temos também fatores de predisposição genética, mas estes são bastante inconclusivos, e seguem sendo estudados. Se o câncer de pulmão ocorre em idade mais baixa que o habitual (antes dos 55 anos) e já ocorreu em vários parentes próximos de uma mesma família, pode ser que haja um fator genético envolvido.
Quais os sintomas do câncer de pulmão?
Por ser uma doença que se manifesta em pessoas mais velhas (a maioria dos pacientes diagnosticados tem 65 anos ou mais), em muitos casos, os sintomas demoram muitos anos para se manifestar.
Entre os sintomas mais comuns, temos:
- Tosse e rouquidão persistentes
- Sangramento pelas vias respiratórias
- Dor no peito
- Dificuldade de respirar
- Fraqueza constante (causada pela baixa oxigenação)
- Perda de peso sem causa aparente
Como os sintomas demoram, fumantes ativos ou passivos, e pessoas que lidam com as substâncias químicas que mencionei no início do artigo devem se prevenir, fazendo exames regularmente para monitorar o aparecimento de nódulos no pulmão.
O câncer de pulmão é tratável/operável?
Geralmente, sim. Porém, existem diversas maneiras de lidar com o câncer de pulmão, dependendo do comportamento da doença no corpo do paciente (o tamanho da área afetada, se atingiu outros órgãos, etc). O tipo de tratamento depende da avaliação de um time de profissionais.
Cerca de 20% dos casos diagnosticados são passíveis de tratamento cirúrgico. Pode-se extrair apenas a parte comprometida do pulmão, por um processo chamado lobectomia.
Já a pneumonectomia consiste na retirada de um pulmão inteiro. Esse tipo de cirurgia é mais delicado e só é recomendável em casos extremos. Nos dois procedimentos, podem ser necessárias sessões de quimioterapia ou radioterapia após a cirurgia.
Outra forma de tratamento é a chamada terapia-alvo, que consiste na utilização de coquetéis de remédios para atacar especificamente as células cancerígenas, provocando pouco dano às células normais.
A verdade é que cada caso é um caso e deve ser avaliado por profissionais qualificados. Informação é fundamental para desmistificar a doença, então compartilhe este artigo com quem possa se interessar, e deixe sua dúvida sobre o assunto.
O que mais você gostaria de saber sobre o câncer de pulmão?