Você certamente já ouviu a expressão “suar a camisa”, não é? Já na escola aprendemos que o suor é importante para regular a temperatura do organismo, e é algo naturalmente associado à prática de atividades físicas, ao calor excessivo e, em certos casos, até mesmo ao nervosismo. Porém, para quem sofre de hiperidrose, a situação é outra.
O que é?
Hiperidrose é uma condição que provoca suor excessivo, mesmo quando a pessoa está em repouso. Isso acontece porque as glândulas sudoríparas da pessoa são hiperativas, ou seja, nunca param de produzir suor.
Estudos apontam que cerca de 1% da população têm algum tipo de hiperidrose. Suor nas axilas, nas palmas das mãos e na cabeça/couro cabeludo são os mais comuns – estas são algumas das áreas do corpo que possuem maior número de glândulas sudoríparas.
Acredita-se que o problema acomete mais mulheres (60%) do que homens (40%), mas esses dados são inconclusivos, uma vez que podem ser apenas reflexo de mais mulheres buscarem auxílio médico. A hiperidrose não tem idade para aparecer, podendo se manifestar já na infância, a partir da adolescência ou mesmo na idade adulta.
Independente do momento, é uma condição que causa muito desconforto para a pessoa, uma vez que o excesso de suor “fora de hora” pode passar uma imagem de desleixo e falta de asseio. A sudorese excessiva passa pelas roupas, causando, por exemplo, a famigerada “pizza debaixo do braço”.
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Tipos de hiperidrose
Existem dois tipos de hiperidrose, causados por diferentes razões. Vamos conhecer cada um deles:
Hiperidrose Primária
A hiperidrose primária é caracterizada pela transpiração excessiva nos pés, mãos, rosto, cabeça e axilas. Ela geralmente começa a se manifestar já na infância, e tem relação com quadros de estresse e instabilidade emocional. Também há predisposição genética envolvida: mais de 30% das pessoas que sofrem de hiperidrose focal têm histórico familiar do problema.
Hiperidrose generalizada
A hiperidrose generalizada (ou secundária) é uma variação dessa condição, que é adquirida ao longo da vida por conta de fatores externos. Isso quer dizer que o suor em excesso é desencadeado por conta de certas doenças – diabetes, hipertireoidismo, obesidade, doenças do sistema nervoso, alguns tipos de câncer, entre outras -, distúrbios hormonais, efeitos colaterais de alguns medicamentos ou até reações a certos alimentos e bebidas.
Clique aqui para conhecer outros fatores que podem gerar a hiperidrose generalizada
Há tratamento?
Sim. Considerando que não é um problema grave, ela pode ser tratada (ou pelo menos minimizada) tanto com tratamentos tópicos quanto por meio de procedimentos cirúrgicos.
Desodorantes e produtos antitranspirantes são uma boa maneira de minimizar o problema. Eles geralmente contêm sais de alumínio, ingrediente ativo que forma uma película de gel que diminui a liberação de suor.
Outra forma de combater a hiperidrose é por meio de aplicação local de toxina botulínica (Botox) para inibir a ação do nervo que estimula a transpiração. Procedimentos com laser também podem reduzir o tamanho das glândulas sudoríparas.
Existem medicamentos que ajudam a reduzir a estimulação das glândulas sudoríparas. Porém, eles são pouco receitados por conta de seus efeitos colaterais, que comprometem também a produção de lágrimas, saliva, urina e outros fluidos essenciais do organismo.
Para quem busca uma solução definitiva para a hiperidrose primária, a simpatectomia torácica é o procedimento mais indicado. A cirurgia atua diretamente no sistema nervoso simpático, que é o responsável por enviar estímulos às glândulas sudoríparas
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